Per-Anders Pettersson

Um excelente retrato do Soweto.
Este trabalho é emblemático de uma das grandes questões com que me debati em Perpignan. Ao contar uma história, pode acontecer que nem todas as imagens sejam grandes fotos só por si. E na "escola" ensinam-nos a procurar grandes fotos. O resultado é que a história que estamos a contar fica incompleta se apenas incluirmos as imagens com valor fotográfico.
É preciso abrir a edição às outras imagens não tão fortes, mas que ajudam a contar a história. Quanto melhor o fotógrafo, melhores serão as suas imagens "acessórias". É o caso do Per-Anders Pettersson.
Havia uma outra exposição, de Eric Hadj sobre a "banlieue" parisiense, com uma história muito bem contada, pela dificuldade do tema e pela profundidade com que o repórter entrou nele, mas com imagens muito menos fortes (todas elas).

1 comentário:
Quando vim do Nepal com cerca de 4000 fotografias achei por bem fazer uma selecção muito apertada delas e só mostrar as melhores, cerca de 100.
Uma vez um amigo meu foi lá a casa e depois de ver as 100 disse que queria ver mais. Eu avisei-o que seria uma maçada mas ele insistiu e acabou por ver umas largas centenas.
Para minha surpresa ele gostou imenso exactamente porque, como ele disse na altura, ficou a entender muito melhor os sítios em que eu estive e as experiências que vivi.
Eu próprio, olhando para as fotos, concordei completamente e vi-o a ver uma história de longe mais interessante do que a (mal) contada pelas 100 melhores fotos e que ainda assim não foi maçadora, ao contrário do que eu pensava. Foi uma experiência muito interessante.
Nota: ainda assim o que ele viu não foram as fotos a eito mas sim uma selecção menos criteriosa de aí 1000 de um total de 4000.
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