domingo, novembro 12, 2006

Leica M8

O Luiz Carvalho andou a passear no Bairro Alto com uma Leica M8 e ficou encantado. Não era de espantar, vindo de uma pessoa que fotografou (presumo eu) anos e anos com Leicas M. "Quando se pega nela pela primeira vez não ficamos inibidos, não estranhamos o toque, reconhecemos o peso, cabe-nos na mão como a outra", diz o Luiz, comparando-a com as M "tradicionais".
Já aqui estive para escrever um única coisa sobre a Leica M8: que não percebo o porquê de se fabricar uma máquina fotográfica em pleno século 21 à qual é preciso tirar o fundo para trocar de cartão. No post do Luiz Carvalho encontrei a resposta. A lista das "qualidades Leica" que ele enumera, contém uma característica singular. É "dificil de usar, exige que seja o fotógrafo a adaptar-se a ela e não o contrário". Suponho que o tirar-lhe o fundo para trocar de cartão seja a menor dessas dificuldades (e portanto um ponto a favor de pouca importância).
Claro que o "difícil de usar" também aparece depois no outro lado, na lista dos defeitos, como que a confirmar a ironia. Mas entretanto já está tudo dito. Afinal, a "beleza" da M8 é o facto de trazer de volta a "beleza" da M6. Só que para ter a beleza da M6, basta ter uma M6. Já que a dificuldade em usá-la é algo bom (porque estimula o prazer saudosista), não será a conveniência do digital algo a evitar? Mais uma razão para deitar uns rolitos na M6 e guardar os restantes milhares de euros da M8.

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