Venha de lá o plicse!

Já estou preparado para o plicse, como se pode ver pelas fotos. Da última vez que houve um, lá para o ano dois mil ou coisa parecida, fui apanhado de surpresa. Eu até sabia que ia haver, mas não me precavi e nem uns reles óculos-de-ver-plicses eu tinha. Se não fossem os colegas de trabalho terem-se lembrado de fazer uma projecção do tipo camera obscura, com um furinho numa folha de papel grande, nem isso tinha visto. Mas desta vez não. Já tenho três óculos-de-ver-plicses. (Não estou paranóico, não. Foi coincidência. De repente tudo quanto é jornal e revista desatou a oferecer os ditos cujos, de maneira que se alguém precisar, eu faço isso baratinho.)

Estou consciente de que fotografar um plicse é mais uma questão de equipamento e técnica do que de dotes artísticos. Por isso, não tenho grandes expectativas de fazer lindas fotografias. De certeza que os tipos da ESA farão um muito melhor trabalho do que eu. Mas isso não quer dizer que não me vá divertir um bocado à pala da cena. Aqui está a minha foto experimental do Sol, feita através da lente dos óculos-de-ver-plicses. Como a lente é bem menor que o diâmetro da minha objectiva, sobra montes de luz à volta. Mas também não faz mal, porque com uma objectiva "curta" como a minha, para se ver alguma coisa, é preciso fazer um crop generoso, como é o caso nesta imagem. E depois, os efeitos luminosos marados nos bordos da imagem sempre quebram o tédio que é uma fotografia de uma bolinha amarela.

Andei também a seguir as instruções que aparecem no jornal para construir uma camera obscura avançada. A ideia é usar os binóculos como objectiva para projectarem a imagem do Sol num alvo cá mais atrás. (Olhar directamente através dos binóculos deve significar cegueira em muito poucos segundos.) Arranjei maneira de fixar os binóculos no tripé e de acoplá-los a um cartão grande para que seja criada uma zona de sombra à sua volta, de forma que o que aparece projectado no alvo tenha menos interferência. Agora é só empacotar tudo na mochila, porque o plicse vai desencadear-se quando eu estiver a caminho de Guimarães.