terça-feira, outubro 31, 2006

Jorge Calado na Única

«Na era da reprodução mecânica, é a multiplicidade de cópias, a omnipresença da reprodução que valoriza o original e lhe confere uma aura. Uma obra que nunca foi reproduzida não vale nada. Walter Benjamin não tinha razão.»

2 comentários:

Nuno Godinho disse...

Eu não tenho a certeza de que a aura de que ele fala é a mesma aura de que fala o Benjamin. Eu já li isso há uns tempos mas o WB diz que a aura desaparece e, dando o exemplo de um actor de cinema, é substituida pelo que ele chama o "feitiço da personalidade". Digamos que esse feitiço cria nos "observadores" uma espécie de desejo de alcançar o "actor famoso" ou mesmo de o substituir. Há um desejo de consumo. Cria-se de facto também aqui uma "distância" entre o observador e o objecto, mas a aura do WB sugere que o objecto emana Sentido ele próprio. Já a "aura" a que o Jorge Calado se refere me parece menos metafísica e mais um desejo de consumo, algo que é destruido quando é alcançado, que não resiste quando é possuído.

Mas na realidade não tenho assim tanta certeza do que estou a dizer.

Nuno Godinho disse...
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