segunda-feira, junho 20, 2005

Mitos desfeitos

Por carolice e cusiosidade acordada em conversa com um amigo, instalei este fim de semana a nova distribuição do sistema operativo Linux, versão Fedora Core 4 (freeware da Red Hat). Tinha uma partição livre no disco rígido e resolvi ver como vão as coisas nesse mundo esotérico do Linux.

Depois de cerca de meia hora (acho mesmo que foi menos), tinha o computador pronto a funcionar. Tinha acesso à internet, email, browser, software de gravação de cds, office (processador de texto, base de dados, folha de cálculo, apresentações), editor de imagens (bitmaps, estilo Photoshop), jogos...

Tudo à borla! Só custou a tempo de download e o custo do DVD virgem onde gravei a imagem do download.

Depois da meia hora de instalação, obtém-se uma máquina pronta para funcionar, com todas as aplicações que a maior parte dos mortais alguma vez precisará na vida. Excepto para alguns tecno-geeks, não há necessidade de mexer mais na coisa.
Arrisco mesmo a dizer que este sistema é mais fácil e eficaz para produzir um computador pessoal de casa, familiar. Sem custo adicionais de software, ideal para o papá ou mamã que não percebem nada de instalações e configurações de softwares e sistemas operativos complexos.
Instalei com a opção 'home office', com as aplicações típicas de um utilizador comum. Podia ter instalada com a opção 'developer' que instala tudo o que é software de desenvolvimento.
Depois há ainda toda uma panóplia de software freeware, para download adicional. É só escolher.

O maior problema surge quando se quiserem instalar jogos comerciais, na sua maior parte produzidos para Microsoft Windows... Claro que para isso já inventaram as consolas de jogos XBox e Playstation....
... ah, e o Quake corre em Linux!

Infelizmente, a Adobe não tem uma versão do Photoshop para Linux. Deve ser só uma questão comercial dado que eles têm uma versão para Mac OS-X que não é mais que Unix com uma interface gráfica bonitinha à boa tradição Mac. Ora com o Linux é parecido com o Unix (para quem sabe destas coisas, tem tudo a ver com o Posix...), não deve ser muito complicado para eles, recompilar a coisa para Linux.
Mesmo com o Photoshop a custar qualquer coisa como 1000€ sempre saía mais barato montar uma câmara escura digital, poupando no custo do resto do software - o MS Windows Pro custa perto de 400€ e o MS Office anda pela mesma gama de valores.
Claro que se não se quiser usar o Photoshop, pode-se usar o software que vem de raíz com o Linux, o Guimp, que é grátis. O único problema é que este ainda não processa imagens a 16bit de côr, apenas a 8bit. Está na calha o desenvolvimento de novas bibliotecas para processamento de ficheiros com 16bit de côr.
Até lá, nenhum mundo é perfeito.

Num país como o nosso, onde o software pirata é uma realidade e o software comprado e licenciado é por muitos considerado uma aberração, talvez esta minha incursão no mundo freeware seja despropositada. No entanto não faz mal pensar nas alternativas. É agradável ver que já se pode utilizar um computador sem se estar restrito às opções monopolistas da Microsoft. A diversidade nunca fez mal a ninguém.

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